31 de dez. de 2011

MILAGRE! RECUPERAÇÃO MENTAL DO MALUCO - 20ª entrevista

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 Para melhor entender a personalidade do maluco, convém iniciar a leitura na 1ª entrevista, Jan 2010.
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Em 30-12-2011

— Olá! Mister Pão Doce, quanto tempo, meu amigo! Você sempre foi um tanto esguio, elegante... mas está me parecendo muito pálido. Que acontece? Algo errado quanto a pátria que governará?
— Meu prezado, inoportuno, estranho...
— Estranho, eu? Mas como? se seguidamente conversamos sobre algo da sua pátria?
— Não me lembro de sua fisionomia, senhor. E há razão para tanto. Saiba: há uns três dias que estou sendo outra pessoa. Pessoa totalmente livre dos males mentais que embotavam o respeito a minha fé pública.
— Huuumm, sim... então, meu caro novo-homem, seja bem-vindo ao sano convívio do nosso bairro cocaineiro! Mas, me conte, como se deu o milagre transformador? Foi batizado em éguas correntes?
— Não me achincalhe! Não há males sem fim. Na pior das hipóteses, a morte nivela tudo. Aconteceu de um psiquiatra caridoso ter me chamado à realidade. Já vinha me observando há meses. Me disse do sofrimento que eu carregava, por alimentar  idéias fixas, obsessivas, como, por exemplo, o da imaginária pátria que eu pretendia governar. Me convenceu à libertação de pensamentos escravizantes.
Com mais detalhes, discorreu das patogenias mentais, que forçavam meu cérebro à produção de certa substância pastosa, mantendo-o, diuturnamente, sob grave pressão, geradora de idéias e pensamentos extravagantes.  
Receitou e me cedeu vários tubos de amostra grátis, de uma pílula da mais recente e miraculosa tecnologia farmaca. Mas com posologia de quinze pílulas de hora em hora, sob o alerta de que um só minuto de atraso em cada ingestão será suficiente para o retorno da patologia.
— E, felizardo homem, que pílula revolucionária é essa?  
— Pílulas da Vida do Doutor Grross ! A maior descoberta contra qualquer fanatismo esquizo-obsessivo.
— Apresenta efeitos colaterais?
— Sim, tem.
— Como se manifestam?
— Efeitos redutores da liberdade de ir e vir a todas as partes, conforme convém a um homem livre nas minhas condições. Não tenho tido outra liberdade, senão a de, a cada poucos minutos, ir e vir do vaso sanitário público, aí da praça. Há três dias, sinto-me confinado, sem me afastar além de vinte metros daquele vaso, e vazo por inteiro pelo duto de descarga, se me descuido quando nele estou sentado.

No decorrer da conversa, alguns universitários, que se reuniriam em festividades no pátio da Faculdade, foram se juntando ao redor, para saber das novas idéias do afetado. Ajuntamento que vai sendo percebido pelo Pão Doce, enquanto prossegue no diálogo com o mesmo interlocutor ...
— Bem, Pão Doce, até eu estou notando o bom efeito alopático das suas pílulas. Mas... e então? está se sentindo melhor da cabeça?
— Muito bem! Estou ótimo! apesar de um tanto fraco fisicamente. Sinto um agradável torpor e indiferença para com as asperezas da vida. Sinto-me num inusitado vazio mental.
— E a que horas tomou a última dose?
— De cachaça, há três dias...
— De cana, não! de pílulas.
— Caramba! que horas tem aí?
— 18:55.
— Ainda tenho cinco longos minutos para conversarmos.
E o tempo vai passando... De repente, uma senhora agorinha chegada, que nada ouvira da conversação anterior, com sincero ar de preocupação arrisca... 
— Senhor Pão Doce, tenho ouvido no bairro ser notável seu interesse pela formação da juventude,  quando o senhor é tomado por momentos de lucidez. Sou mãe de dois meninos e uma menina. Que atenção poderia me sugerir quanto a formação psico-educativa dos meus filhos?
— Mi’a prezada si’ora... ainda que possa me não crer, como eu dizia ao amigo com quem conversava, este Pão Doce que lhe fala é outro homem. Não mais tenho, nem terei, idéias estranhas a qualquer lúcido aproveitamento.
Vamos ao tema. Enquanto, durante alguns minutos por dia, alguns poucos pais se esforçam para bem orientar a formação dos filhos... logo após, horas e horas de maus exemplos são dirigidos às multidões de crianças e jovens do mundo inteiro, pela mídia quase sempre dominada por bagaços cívicos e morais. O propósito, tudo indica, é o de quebrantar a fibra cidadã das pessoinhas, via indução à promiscuidade e inversão sexual, desbragadas. 
Em princípio, cuide para que seus infantes não se atrelem a essas PROGRAMAÇÕES diárias DE TV, apresentadas por homens de fala, gestos e trejeitos afeminados.
Crianças e rapazes assistindo esses trambolhos - que se valem de cores, cantigas e luxo como chamariscos - terminam por compor multidões de meninos influenciados pelos modelos assistidos e, inconscientemente, internalizados, no decorrer de meses e anos.
— Mas, santo Deus! o senhor, como educador, alimenta preconceito dessa natureza?
Apesar da invocação a Deus, o Pão Doce mantém-se indiferente, entendendo que o referido rogo não foi a ele dirigido... Ótimo indício de cura completa! E vai prosseguindo...
— Preocupada mamãe! não me deixo levar por isto nem aquilo, nem pelo que me imponham como sendo o politicamente correto enquanto dure a influência de qualquer avalanche política de poder. Sigo os efeitos práticos e o que ditam os fenômenos da psicologia humana. 
Se o que eu lhe disse é entendido como preconceito, melhor a si’ora fará ignorando minha voz solicitada. Mas ignore consciente: alguns rapazes que assimilam aquelas falas e trejeitos, um dia, pelo próprio inconsciente serão tentados a arriscar um olho. E uma vez arriscado o olho... si’ora! ... coitado do olho!  A si’ora poderá surpreender-se em ter criado, não apenas uma, mas três delicadas moçoilas... eheheh ... a si’ora me entendeu?

Um estudante, por malvadeza, tenta despertar o surto...

— Grande mestre, ouvindo parte da conversa, que manteve com aquele senhor de camiseta de borboletinhas, folgo diante da agradável surpresa. O senhor está livre das graves afetações mentais que o prendiam a idéias de incompreendidas concepções. Mas entristece-me saber que não mais as teremos tão exóticas, vertidas de seu prodigioso cérebro a serviço dos superiores interesses planetários.
Como estudante, estou me especializando em História. Nestes últimos dias, tenho me preocupado com o que de mais amplo possa estar contido no verbete LIBERDADE. Sua palavra, agora sã, poderá me auxiliar, caso seja de sua bondade nos iluminar a respeito, ainda que com singela chama de um vaga-lume.
— Agradeço o privilégio declarado pelo jovem que me dirige a fala, referindo-se ao tema, LIBERDADE. Mote mais filosófico do que de interesse histórico, apesar da sintonia existente entre essas duas cátedras.
Entretanto, confesso: se já me ofende ser comparado a um quadrúpede borrego de rebanho, imagine o tanto que me desagrada sua metáfora, relacionando-me a um inseto. Mas na situação de mentalmente recuperado, devo escravizar-me ao dever de tolerância aos escárnios vindos de adolescentes presunçosos.
Meu filho! Liberdade encerra tanto e mais importância que família e pátria. Com a liberdade homens constroem grandes nações, ou colonizam território depositário da limpeza gênica-patológica da matrópole. Durante uns tempos, descasque essa! meu caro historiador.

As pessoas vão se surpreendendo com a firmeza do que diz aquele que era não mais que um maluco, em dias passados ... Mas outro universitário, que, em entrevista anterior, ouvira o maluco discursando sobre a ilusória existência do TEMPO, tenta averiguar se, de fato, o ex-maluco está curado...
  
— Saníssimo mestre Pão Doce... e do fenômeno CORPORATIVISMO, que nos diz?
— Em princípio, caríssimo bisbilhoteiro... trata-se de arraigado sentimento de pertencer a determinado sub-grupo, geralmente, profissional e/ou criminoso.
Sentimento manifesto no esforço do sub-grupo se bater, ora por correção de injustiças sofridas; ora com o propósito de manter, ou conduzir a distorções da lógica e méritos, afrontando até a lei e seus fundamentos - quando não se trate de lei protetora de condições espúrias - para obter vantagens.
O corporativismo é o gérmen da luta de classes. Ao tratar de particulares interesses de um grupo menor, conduz seus membros à sensação de pertencerem a um mundo separado,   indiferente a qualquer compreensão, relativa aos interesses do mais amplo grupo social.
— Como assim? Então o corporativismo é lâmina de duplo gume?
— Sim... mas insisto, meu jovem! o ímpeto corporativista, pode conter ranços fascistas, de castas que se impõem como portadoras de  poderes e direitos profissionais irredutíveis.
Não é raro. Grupos criados para servirem, ao se tornarem sovinas, se dedicam a impor nítida superioridade de zangões, sobre o grupo maior de abelhas que os sustentam. E, assim, o que fora criado para servir locupleta-se.
Esse enfoque de classes corporativistas não se restringe à cultura do nordeste africano. O corporativismo em forma oligárquica, ou feudal, resiste em pardieiros do mundo ocidental.
Resumindo à expressão do populacho, em muitos dos casos, esse fenômeno sociológico pauta-se na premissa:-  Que se danem os méritos, a razão e o direito dos que pertencem a outros sub-grupos nacionais, desde que as vantagens, a razão e privilégios nos permaneçam garantidos.
Seus líderes ativos dizem de isonomia, mas desde que, dessa, eles e os seus permaneçam superiormente apartados.  
Confere?
— Aproveitando-me de sua benevolência, de grande gênio, agora mentalmente equilibrado conforme se constata, seríamos gratos ao expor-nos sua opinião sobre se é de bom procedimento patrocinar ESTUDOS E CONHECIMENTOS A PRESIDIÁRIOS, no intuito de transformá-los em cidadãos produtivos.
— Insistente rapaz, com toda humildade que de mim se apossou nestes últimos dias, digo: aos de sangue bom, que por fatalidades se tornaram primários no crime, sim. É sempre alvissareira tal condescendência.
Todavia, aos encarcerados em índole perversa e por índole perversa; aos criminosos contumazes, pobres ou ricos, todo conhecimento a esses ministrado funciona como dotar lombrigas com presas de urutu.
A essa laia, quanto maior a gama de conhecimentos, maior o perigo que portam. Notem: os mais perigosos gangsteres, em todas as áreas da criminalidade e da covardia bem sucedida, sempre foram e são os dotados de escolaridade superior, ou os apadrinhados por esses... Ou não?
 
Um senhor de fisionomia austera se intromete e banca ...

— Pão Doce, no discurso proferido há dias, você foi razoável ao discorrer sobre a tal VERDADE. Mas não a definiu ao fiel eleitorado.

Chiii... Barrabás! Iimagine só, ao que o cavalheiro referiu ! Falou em fiel eleitorado...Mexeu na ferida acobertada pelo placebo medicamentoso... A fisionomia do entrevistado começa a se transtornar...

— Especial consulente, a você, que já o estou incluindo em meu imensurável plantel de manipuláveis adoradores ... para sua informação, amigo, Verdade é qualquer realidade constatada - mas sempre temporária - que pode durar entre a fugaz milionésima parte de um segundo  e bilhões de anos.
— Mas, então, naquele pronunciamento você já estava co’ algum baguio nos miolos... Só pode ser! Porque, na mesma ocasião, também deu a entender que o TEMPO não existe, por tratar-se de mera ilusão. Se o Tempo não existe, como pode relacioná-lo a validez da Verdade?

Acoado, diante de ouvintes de entrevistas anteriores, o Pão Doce desanda valer-se das mesmas evasivas dos charlatãos-pirambóias quando espremidos em relação às indefensáveis mentiras que pregam...

Hrunk-Hruuun ... Bem... Herrrk... Confesso minha dificuldade em comunicar-me com subornáveis de pouca habilidade mental quanto a sua, incapazes de distinguir entre a solidez dos fatos e o que os mestres da conversa mole fantasiam à relé.

A agressividade vai aflorando no emprego das palavras. Os ouvintes vão percebendo a recaída mental e o inevitável retorno ao Pão Doce de sempre ... Mas ele segue na argumentação de bagre ensebado...

Então veja. Na minha condição de político de  suprema divindade, obrigo-me a pronunciamentos que agradem a todos, porque o que de negativo eu gere nos inimigos... a esses que negam a existência do Tempo... se os desminto, então tomados de ira, me causarão estragos na mente das multidões, com inconvenientes resultados eleitorais, ainda que eu determine programarem as urnas, para inclusão, a meu favor, de muitos votos depositados em nome dos concorrentes. 
Assim é que – mesmo por um instante anômalo de sua pouca inteligência - espero ser compreendido. Aquela minha afirmação que o TEMPO não existe, teve a intenção de efeito apenas chique e demagógico, para não gerar contrariedades aos filósofos da alquimia mística.
Mas em realidade, aos dotados de mediano discernimento, está claro: o Tempo existe. Se o Tempo não existisse entre os fenômenos universais, no Universo reinaria uma estática desastrada. Tudo estaria eternamente iniciando, perdurando e transformando-se num único instante. E não é isso o constatado por estudiosos  das várias ciências, dentre os que se fazem dignos de crédito. 
E mais! estão aí os que mais contam com a existência do Tempo e Prazos: os Cavaleiros Templários, com seus negócios de apocalíptica  concentração de capitais,  estabelecidos com bancos, financeiras, manipulação de terras urbanas, tudo funcionando à base de créditos que concedem para posteriores lançamentos a débito em forma de usurárias prestações, estendidas onde? hehehehhh .... onde mais, senão no Tempo?
A esses Cavaleiros, haverei de me referir em outras entrevistas, de livre divulgação à mídia internacional.

Os da rádio patrulha, ao passarem pelas imediações, param a fim de averiguar o motivo da aglomeração na esquina. Ao notar a presença do Pão Doce, o tenente, já conhecedor do vaidoso maníaco, aproveita o vácuo verbal criado, finge ares de preocupação com os destinos do mundo, e lança ...

— Altivo, sábio e mestre, Pão Doce... tudo bem com você?
Sabendo que com o comandante da patrulha não se deve troçar, o maluco patrulha o próprio vocabulário...
— Sim, general... tudo bem.
— Então, diga-nos da situação das grandes potências bélicas e econômicas... Como agirão a partir deste século que se inicia?
— Meu respeitável general miliciano, que me honra solicitando nítida claridade sobre tão enigmático enredo político... antes, ressalvo: essa vossa curiosidade deveria ter se revelado naquela noite extremamente fria, em que me concedeu pernoitar num xadrez desocupado. Foi uma oportunidade de descontração... Meu detector de realidades internacionais teria sido mais sintonizado.
Entretanto, como  sempre é de minha habitual peculiaridade, agora, atendendo a sua inquetação, me expressarei em direto paralelo. Interprete-o conforme vosso discernimento. Lá vai...
Eu, com mais alguns poucos, que nos impomos como os mais influentes e astutos entre os demais moradores do nosso mesmo  quarteirão... consumimos,  devastamos, até desperdiçamos as riquezas dos nossos respectivos quintais.
Ao ver-nos em crescente apuro, diante do avançado esgotamento dos bens naturais dos nossos espaços... que fazemos? Simples ! partimos para o óbvio ! De olhos no potencial ainda existente nos quintais dos meus vizinhos de mente lerda e romântica - por meio dos nossos agentes, disfarçados em portadores de humanitárias intenções - vamos convencendo-os da vantagem de fundirmos todos os nossos quintais, sob zelo de único condômino, por tratar-se de imperiosa conveniência comunitária entre os do quarteirão. 
Convincente! não?
Mas assim que esteja concluído nosso velhaco intento, siguiremos preservando o pouco do que nos resta, mas  metendo mãos grandes na riqueza potencial do que, antes, pertencia a quintais alheios.
Portanto, meu caro general, fico de borduna erguida, sempre que me aparece algum “internacionalista”  parasitário, pregando a necessidade de um mundo sob único governo.
Vossa inteligência me decifrou? Maiores esclarecimentos, só lá no seu pelotão, em alguma noite do próximo inverno, conversando tête-à-tête, caso Vossa Excelência me condecore com uma ampola de boa cachaça.
Neste momento é só... Escusas! necessito atender a ignorância de tantos outros desta multidão, que inclui vosso contingente miliciano, todos me rendendo culto e votos.

Recém chegada à roda, uma advogada nordestina, sacudida, honesta, revoltada contra instituições judiciárias abolorecidas, contando com a proteção policial ainda por ali, decide sondar as idéias daquele estiloso senhor, trajado em farrapos formais...

— Doutor... quem é o senhor?
— Para vossa honra em conhecer-me, sou o legendário Pão Doce, guia mor da humanidade, gerenciador dos fenômenos do Universo...
A advogada, que, um dia, ouvira comentários sobre um maluco e sua pátria, sem jamais o ter visto, inicia perceber que a caricata figura postada a sua frente é o próprio. Um tanto surpresa, pensa em desistir... mas não. Então arroja fundo...
— Sem hipócritas amabilidades, Doutor Pão Doce... vou ao ponto: como tratará o judiciário na pátria dos seus delírios?
— Doutora, direta com direto... truco!
Excelência... ai-iai dos que ameaçarem jogar creolina nas principais bicheiras, garantidoras da segurança a todas as demais, postas a devorar o corpo da futura pátria risonha. Está sentenciado!

De súbito, aquele primeiro que abordou o Pão Doce, percebendo seu crescente destempero mental, preocupado interfere...

— Ei Pão Doce! Já são 19:20 horas. Passaram-se vinte e cinco minutos. O Sol vai se pondo. E das pílulas? esqueceu? O psiquiatra vai virar fera ao saber do seu descaso.
— Ora, inoportuno estranho... você, novamente? Ouça: você, mais aquele nojento psiquiatra, sujo no ofício, canhoteiro no escrever, somado à canalha a que, desavergonhadamente, serve... vão todos aos infernos ! Aos infernos as pílulas! Aos infernos os covardes, cujas esposas despudoradas aceitam receber em seus ventres o esperma dos infames. Aos infernos os que pretenderam dissipar meu sagrado direito de governar a pátria dos meus fiéis toxicômanos, em ambiente de fraterna podridão! Aos infernos a complacência a provocadores.
Como estou me sentindo livre! Que sublime sensação em recuperar meu mais absoluto esplendor mental... Que alegria em voltar a ser senhor de minhas idéias... auto-licenciado nas ações... supremo em meus poderes extra-sensoriais... Como me apraz ! sentir novamente meu cérebro calcado pela contínua substância pastosa que gera, preenchendo a caixa craniana...

Em meio da aglomeração, uma voz feminina pondera...

— Mas meu Magno, Incomparável e Divino Guia, Pão Doce... estamos nas últimas horas do ano. Alguma mensagem de felicitações ao mundo?
Ah, sim... claro! Oportuno lembrete! Agradeço-a, minha fiel ovelha adoradora...
Bem... então... aos insuportáveis inimigos, carcomidos pelas idéias de hipócrita moralidade; aos éticos de meia pataca... aos apologistas da probidade no trato da coisa pública... a esses - e a quem lhes der apoio - meus ardentes votos de que se danem, durante o próximo ano inteiro. Se, um dia, comparecerem na pátria que governarei serão, de pronto, encarcerados. Mais asséptico, se fuzilados.
Mas aos meus subornáveis súditos, sempre prostrados aos meus caprichos paranóicos; aos que se emocionam com as bondades que pratico com dinheiro público... a todos almejo sucesso em suas investidas contra o erário dos três níveis federativos, daquela invejada pátria.
Especial abraço aos meus amigos, da sempre exemplar linha política sorocabana, pétreo legado do meu estilo de governo...  
  
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 Para melhor entender a personalidade do maluco, convém iniciar a leitura na 1ª entrevista, Jan 2010.
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